domingo, 31 de maio de 2009
As primeiras notas de banco
As notas de papel representando a moeda de metal são muito antigas. No Oriente, já no século VII circulavam em algumas partes da China. Na Europa, só no século XVII foram emitidas as primeiras notas, na Suécia. A ideia partiu de um mercador holandês, de seu nome Johan Palmstruch, o qual convenceu o soberano sueco Carlos X a fundar o Banco de Estocolmo em 1657. A promessa de que metade dos lucros do banco reverteriam para a Coroa foi o argumento decisivo para a real permissão. As notas em papel substituíriam as moedas depositadas no banco, podendo a qualquer altura ser trocadas pelo metal sonante. Eram, em boa verdade, "papéis de crédito".
De início, a ideia foi um sucesso e os lucros do banco foram muito satisfatórios. Palmstruch foi até recompensado com um título de nobreza pelo rei da Suécia. Mas em breve o Banco de Estocolmo estava a conceder mais crédito e a emitir mais notas do que o correspondente valor em moedas nele depositado. E deste modo, em 1668 o banco foi à falência.
E o que sucedeu a Palmstruch? O Rei Carlos X ficou profundamente desagradado. Retirou o título de nobreza e os privilégios ao holandês, culpabilizando-o pela desastrosa gestão do banco. Johan Palmstruch não se livrou da prisão (de qualquer modo, a alternativa seria a pena de morte). Libertado em 1670, morreu no ano seguinte, com 60 anos.
Imagem: Notas portuguesas anteriores à adesão do nosso país ao Euro: de 20 escudos, à esquerda, com a representação de Santo António de Lisboa, e 500 escudos, à direita, com a de João de Barros. Foto de JorgeF.
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