Há 70 anos, a Marinha Imperial Japonesa lançava um ataque de surpresa à base naval americana de Pearl Harbor, no Havai. O objectivo era aniquilar a marinha de guerra dos Estados Unidos no Pacífico, ou pelo menos infligir-lhe danos tão consideráveis que permitissem ao Japão concretizar os seus objectivos: apoderar-se de territórios que lhe fornecessem as matérias-primas necessárias ao prosseguimento do seu expansionismo agressivo naquela vasta região.
Na verdade, as relações entre o Japão e os EUA tinham vindo a deteriorar-se ao longos dos anos precedentes. A aliança entre o regime ditatorial e militarista do Japão com a Itália fascista e a Alemanha nazi foi um dos motivos que levaram o governo do Presidente Franklin D. Roosevelt a negar aos nipónicos o suprimento de petróleo e outras matérias-primas que aqueles necessitavam. Este endurecimento comercial levou o governo do general Tojo, com o consentimento do Imperador Hiro Hito, a enveredar pelo drástico caminho da guerra.
Como bem anteviu o almirante Yamamoto, o estratega do ataque a Pearl Harbor, o Japão apenas logrou despertar um gigante adormecido. Não só o ataque não teve o sucesso esperado (os porta-aviões americanos, o alvo mais importante, estavam em manobras no vasto oceano, tendo escapado assim ao bombardeamento da base naval), como a entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial, ao lado da Grã-Bretanha e da União Soviética, veio a ser fundamental para a derrota do Eixo. Desde esse "Dia da Ignomínia", como chamou Roosevelt ao 7 de Dezembro de 1941, até à rendição incondicional do Japão menos de 4 anos depois, um longo e sangrento caminho seria percorrido. Perto do epílogo da Segunda Guerra Mundial, o Japão conheceria a devastação tremenda causada pelas bombas atómicas - a mais terrível consequência do despertar do gigante adormecido.