A recente tragédia nuclear na central de Fukushima, com a fuga radioactiva que, a não ser devidamente controlada, pode pôr em perigo a vida de largos milhares de pessoas, recordou-me uma época da nossa história em que se acreditava que a radioactividade podia trazer benefícios à saúde. Tanto assim que, em 1912, um invento baptizado como Radium Ore Revigator foi patenteado nos Estados Unidos da América. Mas o que era, na verdade, o Revigator?
Tratava-se de um reservatório de cerâmica com a capacidade de 2 galões (equivalente a 7,6 litros, aproximadamente), munido de uma torneira e destinado a ser repleto de água, mas com a particularidade de ter um revestimento interior de urânio e rádio. A ideia era que a água repousasse no interior do reservatório durante a noite, adquirindo assim as propriedades que se acreditavam ser benfazejas à saúde. Recomendava-se até que fossem consumidos diariamente seis copos desta água radioactiva, "fresca e revigorante". Centenas de milhares de Revigators foram vendidos por uma companhia sediada em San Francisco, Califórnia, até cerca de 1932, quando finalmente se compreendeu que os efeitos nocivos para a saúde eram mais evidentes do que os pressupostos benefícios.
A gravura que ilustra este artigo foi retirada desta página:
http://www.orau.org/ptp/collection/quackcures/revigat.htm
Bibliografia consultada: BBC History Magazine, vol. 12, nº 4, April 2011, pg. 93.